segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Poética

Oii!
Eu tenho pensado muito e  decidi abrir algumas sessões, até porque, ficar falando só sobre um tipo de coisa vai acabar enjoando os leitores, antes de começar eu vou comentar um pouco sobre o poema a seguir: é um poema modernista*, então nesse movimento eles não usavam acentuação como vírgulas e pontos e eram contra aquele lirismo forçado dos parnasianos*... então é isso... la vai!!
*=links para melhor entendimento

Poética

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público
Com livro de ponto expediente protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor
Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário
O cunho vernáculo de um vocabulário

Abaixo os puristas

Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo  as sintaxes da exceção
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo o lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo

Do resto não é lirismo Será contabilidade tabela de co-senos
Secretário do amante exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar as mulheres

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pingente dos bêbados
O lirismo dos Clowns de Shakespeare
-Não aguento mais saber do lirismo que não é libertação.
                                                (Manoel Bandeira)

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